O Cancro do Pulmão tipicamente inicia-se nas células que revestem os brônquios (as vias aéreas que ligam a traqueia aos pulmões), os bronquíolos (pequenas ramificações das vias aéreas nos pulmões), ou os alvéolos (pequenos sacos onde se realizam as trocas gasosas entre os pulmões e o sangue).¹

Em Portugal, foram diagnosticados 6155 novos casos de Cancro do Pulmão em 2022, constituindo-se como a quarta causa de cancro. Estima-se que neste ano, o Cancro do Pulmão tenha sido a principal causa de morte por cancro no nosso país, causando um número estimado de 5077 mortes.²

Não sabemos o que causa cada caso de Cancro do Pulmão, mas são conhecidos muitos dos fatores de risco que causam esta doença, e o mecanismo através do qual estes causam a transformação das nossas células em células cancerígenas.^3,4

Alguns fatores de risco podem ser modificáveis, o que significa que podemos mudar um hábito ou comportamento para prevenir a exposição a este fator de risco. Alguns exemplos são:

Existem alguns fatores de risco em que não podemos intervir para os alterarmos. É o caso de:³

A maioria dos casos de Cancro do Pulmão não causam sintomas até que se disseminem a outras áreas do corpo, mas algumas pessoas com diagnóstico de Cancro do Pulmão precoce podem apresentar sintomas.^5,6

Os sintomas mais comuns de Cancro do Pulmão incluem:^5,6

Estes sintomas podem ser comuns a outras doenças. Se apresentar algum deles, fale com o seu Médico Assistente para que possa avaliar a sua causa.^5,6

O rastreio é um processo de diagnóstico precoce em pessoas que não apresentam sintomas. Tem como objetivo reduzir a mortalidade através de um diagnóstico mais precoce e, em alguns casos, também o número de novos casos de cancro (incidência do cancro).⁷ Normalmente baseia-se em exames simples e não invasivos, que são realizados numa faixa etária específica e com regularidade variável.⁷

Alguns Cancros do Pulmão podem ser diagnosticados em testes de rastreio, mas a maioria são-no por causarem alguns sintomas.⁸

O único teste de rastreio recomendado pelo Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controlo e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos da América é a Tomografia Computorizada (TC) do tórax de baixa dose;⁹ este exame dura apenas alguns minutos e não é doloroso.⁹ De acordo com este organismo, este teste de rastreio é recomendado a pessoas com uma história de hábitos tabágicos ≥20 unidades maço-ano, fumadoras ou que tenham deixado de fumar nos últimos 15 anos, e com idade entre os 50 e os 80 anos.⁹ A unidade maço-ano calcula-se multiplicando o número de maços que se fuma por dia pelo número de anos em que se fumou; por exemplo, uma pessoa pode ter uma história de 20 unidades maço-ano se fumou um maço diariamente nos últimos 20 anos, ou dois maços por dia nos últimos 10 anos.⁹

Existem alguns exames que o Médico Assistente pode solicitar se o exame físico em consulta e a história do doente sugerirem o diagnóstico de Cancro do Pulmão; estes podem incluir alguns exames que podem ser realizados por diversas razões, antes e depois do diagnóstico de Cancro do Pulmão, nomeadamente para:⁸

• Avaliar áreas suspeitas que podem ser cancro;
• Perceber se o cancro se disseminou para outras partes do organismo;
• Determinar se o tratamento definido está a resultar;
• Verificar como evolui a situação após o tratamento.

Exemplos de exames imagiológicos que podem ser pedidos para este fim incluem: raio-X torácico, TC, Ressonância Magnética ou Tomografia por Emissão de Positrões (PET).⁸

Os sintomas e o resultado de alguns exames podem sugerir que uma pessoa tem Cancro do Pulmão, mas o diagnóstico é feito através da observação de células dos pulmões em  laboratório.⁸ Estas células podem ser obtidas a partir de secreções pulmonares (citologia de secreções brônquicas), de fluido retirado da área à volta dos pulmões (toracocentese), ou de uma área suspeita do pulmão (biopsia).⁸

Dependendo do tipo de cancro do que seja diagnosticado, as abordagens terapêuticas podem ser diferentes, sendo as mais adequadas a cada caso discutidas e decididas por equipas pluridisciplinares (que envolvem muitos especialistas diferentes).^10,11

O plano de tratamento pode incluir terapêuticas diferentes, tais como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou terapêuticas dirigidas. Se tiver dúvidas, fale com o seu Médico Assistente, para que lhe possa dar toda a informação adequada ao seu caso.